A Bondalti Water, líder ibérica no tratamento de águas residuais, encara os exigentes desafios e requisitos do novo Real Decreto (RD 1085/2024) sobre a reutilização de águas, recentemente publicado em Espanha, como uma nova janela de oportunidade para reforçar a oferta de soluções integradas junto de uma ampla faixa de atividades ligadas à indústria, em especial ao setor agroalimentar.
Alinhada com requisitos comunitários, através da incorporação e transposição do Regulamento Europeu 2020/741, a nova normativa inclui medidas reforçadas no que respeita à utilização de águas regeneradas neste setor industrial, com vista a incrementar a segurança do seu uso para pessoas e animais, a proteção ambiental e a circularidade.
Ao promover a redução no uso de água potável em detrimento de água regenerada de alta qualidade, o documento visa diminuir a pressão sobre os recursos hídricos, apoiando a adaptação às alterações climáticas e contribuindo para o cumprimento das metas de sustentabilidade, nomeadamente o Green Deal europeu, bem como a proteção do domínio público hídrico (PPD) em Espanha.
A nova normativa vem também centralizar informação essencial, o que facilita o seu cumprimento e seguimento por parte de todos os agentes do setor, além de atribuir responsabilidade claras a cada interveniente no Ciclo Integral da Água, desde a produção até o consumo final, o que incentiva uma gestão mais ordenada e eficiente.
“Para a Bondalti Water, este quadro legislativo que agora entra em vigor vem abrir novas possibilidades para aplicar o nosso know-how e capacidade tecnológica em matéria de reutilização de água, assegurando um uso e controlo adequados, através da incorporação de sistemas de regeneração de água apropriados nas distintas fases de produção industrial”, salienta o administrador Antonio Alonso.
Em contexto industrial, a empresa dispõe de soluções de tratamento e reutilização de água para torres de refrigeração, caldeiras, limpeza de instalações ou outras necessidades, com recurso às melhores tecnologias disponíveis, de que são exemplo sistemas MBR (biorreator de membrana), ultrafiltração, nanofiltração, osmose inversa ou doseamento químico.
A tecnologia MBR, na qual a Bondalti Water é líder europeia e detém uma experiência de mais de vinte anos, é um fator distintivo na purificação de água em contexto industrial, uma área de forte incidência na nova normativa. Esta tecnologia é um elemento central do projeto Multi-AD, um sistema inovador que está já em funcionamento à escala industrial nas Bodegas AGE, em Espanha, capaz de reduzir a contaminação em águas residuais em mais de 90%, além de gerar muitos outros benefícios, designadamente relacionados com a redução dos custos energéticos.
Esta é apenas uma várias áreas e tecnologias que compõem a ampla oferta de soluções que a Bondalti Water dispõe para o Ciclo Integral da Água, com o objetivo de promover a sustentabilidade e a eficiência operacional de operadores de diferentes setores e assegurar uma melhor gestão deste recurso essencial. A empresa tem acompanhado e liderado a evolução na área do tratamento de águas residuais e de reutilização de água após tratamento de recuperação, inovando e apostando em tecnologias cada vez mais fiáveis.
E o que traz o novo Real Decreto?
O Real Decreto 1085/2024 agora publicado abre um novo leque de possibilidades de reutilização da água com técnicas de recuperação adequadas em diferentes fases de produção, dentro das próprias unidades industriais.
Uma das principais alterações introduzidas face à anterior legislação (RD 1620/2007) é permitir que a água regenerada nos locais e linhas de produção possa entrar em contacto com os alimentos, desde que seja alcançada a qualidade de água de categoria A+, o que não era possível na anterior normativa. Para obter esta classificação, a água recuperada tem de ser conduzida por uma rede separada e ser devidamente esterilizada.
A tecnologia MBR, que integra a maior das instalações da Bondalti Water, é já uma barreira física para cumprir os regulamentos mais restritivos do RD em termos de E.Coli, turbidez, sólidos em suspensão e ovos de nemátodos. Quando associada outras componentes como a desinfeção, carvão ativo e/ou a osmose inversa – esta última com vista a reduzir a salinidade -, permite atingir uma qualidade de água A+.
Na indústria agroalimentar, esta recuperada regenerada não pode provir de outras utilizações que não da própria indústria alimentar (do ciclo urbano da água, por exemplo). Além disso, a água recuperada deverá sempre ser sujeita a uma análise de perigos e pontos de controlo críticos (APPCC).
A normativa introduz também um selo de transparência na gestão da água, que é atribuído à empresa ou entidade jurídica que cumpra os objetivos de transparência da informação e de boa gestão da água no âmbito da sua atividade. Além destes compromissos, o novo selo pode também trazer benefícios como a utilização do logótipo em atividades publicitárias, a sua exibição em eventos públicos ou até para facilitar a obtenção de subsídios.
Com a nova legislação é também criado o Observatório de Gestão da Água, cuja missão é supervisionar e analisar a utilização da água regenerada em todo o território espanhol.
Este organismo será responsável pela recolha de dados, avaliação de práticas e emissão de relatórios que garantam a transparência e a melhoria contínua na gestão dos recursos hídricos regenerados. No âmbito deste Observatório será também criada uma plataforma para o intercâmbio de boas práticas e facilitar o acesso a informações atualizadas sobre a reutilização da água.