Há 18 anos que os dados não eram atualizados. O novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental veio revelar mais espécies ameaçadas, mas também traz boas notícias. Como a recuperação da população do lince-ibérico que permitiu o desagravamento do seu estado de ameaça.
O novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental, cuja edição em papel foi patrocinada pela Bondalti, revela que existem no nosso país 27 espécies de mamíferos ameaçadas de extinção, ou seja, um terço das 82 espécies avaliadas.
Os números vêm atualizar os últimos dados conhecidos, que datavam já de 2005, e tinham sido publicados no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal: das 74 espécies então avaliadas, 18 estavam ameaçadas de extinção. A obra é uma importante contribuição para a planificação de medidas de conservação, uma vez que atualiza o risco de extinção e disponibiliza informação de base para o minimizar.
Resultado de um trabalho de quatro anos que envolveu mais de 300 pessoas, o Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental veio revelar que o boto (Phocoena phocoena), a orca (Orcinus orcae) e o morcego-rato-pequeno (Myotis blythii) estão na categoria mais elevada de ameaça, tendo sido avaliados como “Criticamente em Perigo”. Já para o lince-ibérico, há boas notícias: passou de “Criticamente Em Perigo” para “Em Perigo”, devido ao sucesso da união de esforços dos programas de conservação de Portugal e Espanha.
O projeto do Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental foi co-financiado pelo PO SEUR, Portugal 2020, União Europeia – Fundo de Coesão e pelo Fundo Ambiental, tendo como beneficiário a FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e como parceiro o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. O apoio da Bondalti para a sua concretização, e a doação do Livro a diversas instituições e organismos públicos, está em linha com o envolvimento que, desde há vários anos, a empresa tem mantido com projetos que promovem a biodiversidade, o equilíbrio dos ecossistemas e a recuperação de espécies ameaçadas de extinção.
São exemplos desse envolvimento o apoio aos esforços de conservação do lince-ibérico e da águia-imperial, através de um protocolo com a Associação Nacional de Proprietários Rurais (ANPC); a proteção, juntamente com o Governo local, do urso-pardo na Cantábria; a parceria com o CRAM - Centro de Recuperação de Animais Marinhos (do Ecomare); e, mais recentemente, o apoio ao estudo de aves migratórias presentes em Portugal.
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